Quem nunca teve o sonho de ser uma grande atriz ou um grande ator? Nem todos. No entanto, quando falamos em pessoas que vivenciaram a arte em algum momento de sua infância, corriqueiramente ouvimos que desejam ser como ator x ou atriz y. Isso não foi diferente com a Isadora Viegas.
Numa das primeiras conversas que tivemos, nos corredores do Santa Luzia, logo que se interessou pelo grupo, ela me disse que pensava em ser atriz. Uma moça de 13 anos, vivendo o final do Ensino Fundamental e aspirando uma realidade possível. Essa pessoa também seria muito relevante para a formação de nosso grupo. No texto Intensidade, em que Isa aborda sua experiência com o grupo, revela: “Desde o primeiro encontro percebi que era um grupo muito unido, formado por pessoas muito diferentes, mas que tinham só um objetivo: fazer dar certo. Aquilo me encantou. Sempre gostei de coisas ligadas à arte e trazia comigo uma vontade enorme de expressar isso; no Alma encontrei uma oportunidade de fazê-lo.”
A união do grupo sempre foi um vetor de transformação para todos, mas àqueles que não comungavam de grupos intensos em sala de aula isso se tornava ainda mais especial. De fato, Isadora sempre manteve boas relações com as colegas de classe e ligeira intimidade com duas em especial, contudo nos encontros com o grupo ela se revelava ainda mais. “As aulas e os ensaios”, escreveu, “eram cansativos pra alguém que nunca tinha lidado com nada parecido, mas era um sentimento libertador. Era quando eu podia me sentir à vontade e, vendo todos se esforçando, quando eu ia deixando de lado a timidez.”
A agora biomédica frequentou a Alma Ópera Rock durante três anos, dando corpo e voz a personagens de A tempestade, As cores da escuridão, Noite Neon e Sleepwalking: a noite em que adormecemos juntos. Desta peça, aliás, veio a maior audição já feita para personagens que comporiam as peças do grupo, numa representação criada por si e por Henrique Garcia. De tão certo, a criação da dupla ganhou o palco, sendo adaptada à construção do enredo da peça.
Os sentidos que suscitam o trabalho podem ser relacionados ao aprendizado de cada um, mas a manifestação artística em essência também tem seu valor: “O jeito de levar o Alma, mesmo sendo amador, a sério. Dedicar-se a algo que não nos rendia financeiramente, mas que nos fazia crescer como pessoas. Além disso, o que sempre me fazia continuar era a sensação de estar na coxia antes de a peça começar, tudo valia a pena pra sentir aquilo. A adrenalina, a ansiedade, o medo, mas a certeza de que ia ser incrível. Saber que tinha o tempo cronometrado entre uma cena e outra, que precisávamos trocar o figurino, conferir o roteiro, ajudar os colegas, aquela correria era perfeita. Eu amava.”
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